Uma das séries que eu costumava ter as melhores recordações na infância era Malcolm in the Middle, conhecido aqui no Brasil apenas como Malcolm. A série contava a história de uma família totalmente fora dos padrões (o tipo de série que eu amo) com quatro filhos desajustados, uma mãe extremamente brava e sem paciência (bem antes da Rochelle de Todo Mundo Odeia o Chris) e um pai... Que se esforça! rs
O personagem principal, Malcolm, era o filho do meio, um garoto extremamente inteligente porém bem longe de ser como os nerds da escola dele. Os mais velhos eram Resse, o extremo oposto, um Bully, e extremamente burro como não podia deixar de ser, e Francis, um que nem o colégio militar onde estava conseguia dar conta de controla-lo. Abaixo dele apenas Dewey, o mais novo e para mim um dos melhores, porque sua inocência costumava render as melhores piadas, apesar de que as vezes ele era bem espertinho também.
E a coisa mais legal da série é que Malcolm conseguia gerar a nossa empatia porque ele era diferente, por ser diferente era zoado, isolado e só se dava mal, e isso fica muito evidente desde o começo. A gente se via e se encontrava no personagem, e foi assim na primeira temporada, que teve sacadas maravilhosas! Na segunda houveram algumas mudanças que incomodaram um pouco: Malcolm começa a parecer um pouco arrogante pela sua inteligência e se achar melhor que os outros, o que já destoa do que era originalmente, e ali mesmo eu já comecei a desconectar do personagem, sendo que era um dos meus favoritos de infância!
Mas a terceira temporada... Essa fez meu coração de Pearl Harbour e não deixou sobrar pedra sobre pedra. Ali, logo no primeiro episódio foi destruído com requintes de crueldade tudo o que eu amava. A primeira coisa é que Francis foge do Colégio Militar. Essa, na verdade, era uma das coisas mais legais da série, que era ver Francis desafiando as regras ali, era muito legal ver que nem mesmo aquele lugar podia segura-lo, pois ele quebraria as expectativas. E quando a gente viu, ele estava indo trabalhar no Alasca e deixando tudo para trás, mesmo que ABSOLUTAMENTE NINGUÉM TENHA RECLAMADO!
Mas calma que isso nem é o pior. O pior é a gente ver Malcolm, aos 14, 15 anos empurrar o pai para o mar para pegar a lancha e ir para um bacanal. Sim, um garoto de 15 anos tentando IR NUM BACANAL. Poucos episódios antes, na segunda temporada, a personagem Cintia foi usada para mostrar a Malcolm como ninguém pode ser subestimado ou visto de cima, principalmente garotas. E nesse episódio elas aparecem do nada tal qual prostitutas no transito e uma inclusive tenta tirar o biquini da outra, literalmente só para fazer graça para os garotos! Do nada, a série começa a objetificar garotas e prematurizar (sim, essa palavra existe) os garotos! No penúltimo episódio da segunda temporada, Lois simula bater no Malcolm e diz que as regras (o "quem é que manda") só ia mudar quando ela não fosse mais capaz de fazer isso, colocando, portanto, que Malcoml ainda depende dos pais como deve ser para essa idade. E no episódio seguinte, ele está indo em um bacanal!
E detalhe: Isso ainda nos anos 90! Imaginem hoje? A série seria lindamente cancelada e com razão e acabaria ali mesmo, e merece!
O pior é que eu, como um belo de um corno conformado, vou acabar voltando a assistir a série, na esperança de que isso pelo menos não dure muito ou que em algum momento a série volte as origens, eu não sei, qualquer coisa, menos esse lixo que virou do nada em apenas um episódio!
Moral da história: Porque deixei de ver Boruto?
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